segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Exibição nos Cinemas
Pessoal, encaminhei os comentários para um grupo de produtores que estão se mobilizando para cobrar mais qualidade dos exibidores. Juntei a muitas outras discussões no facebook sobre o assunto. Tb vou encaminhar para a ABC.
domingo, 16 de outubro de 2011
Sobre a qualidade da projeção dos filmes no Festival do Rio 2011
A exibição digital é uma grande oportunidade para a produção independente do cinema brasileiro. Sem empresas que possam oferecer uma exibição mais barata que o 35mm, o mercado não teria mudado tanto. Por outro lado, temos que exigir o mínimo de qualidade nas projeções. Não adianta investir para montar o sistema de projeção digital em muitas salas com a qualidade inferior ao que se vê em casa.
Nesse Festival do Rio de 2011 o problema está ficando claro para todos os envolvidos no processo. O problema é que o festival está colocando a culpa no exibidor, que por sua vez está colocando a culpa nos filmes. Soube de inúmeras histórias de problemas durante o festival, até mesmo trecho de filme em 35mm que sumiu e que foi exibido sem uma parte. Mas o que posso relatar aqui é o caso de um dos filmes que participei no festival. Sou finalizador e vou descrever o ocorrido detalhando a parte técnica, para que não fique qualquer dúvida que o problema não é dos filmes.
Em primeiro lugar, um filme finalizado digitalmente fica com o tamanho de aproximadamente 900GB em DPX444, ou seja sem compressão. O mercado independente não tem orçamento para trabalhar com arquivos desse tamanho e costuma recorrer a uma ótima solução criada pela Apple, o PRORES422. Um longa em PRORES422 (FULL HD) fica em média com 200GB e apresenta uma boa qualidade, visto que as câmeras utilizadas geralmente trabalham com qualidade pouco inferior ao formato. Ou seja, para quem fez o filme em RED 4K, o PRORES é um péssimo formato. Mas, para quem fez em 5D, EX3, etc, é um ótimo formato. O sistema de projeção que está sendo usado no festival transforma ambos esses arquivos em um WMV de 9GB. Não existe mágica para transformar um arquivo de 900GB em 9GB sem perder muita qualidade.
Para poder reproduzir um arquivo de maior qualidade os computadores instalados na técnica de projeção precisariam ter um placa de vídeo com saída em sinal realmente de vídeo, no mínimo em HDMI. O que está acontecendo na sala do cinema da Gávea onde fui verificar a qualidade da projeção é uma vergonha. O arquivo de 9GB é exibido via windows media player através da placa de video interna do computador via porta DVI. O cabo DVI tem um adaptador na ponta para ser transformado em HDMI para entrar no projetor. A perda de informação de cor nessa passagem era nítida. Mas o maior problema era que na técnica víamos o arquivo perfeitamente, enquanto que na tela do cinema uma linha de defeito era gerado no meio da tela de 2 em 2 segundos, aproximadamente. O pessoal do cinema dizia que o defeito era do arquivo, mesmo esse arquivo tendo sido exibido durante a tarde no Armazem 6, outra sala do festival, sem apresentar qualquer problema. E mesmo a gente mostrando no computador deles mesmos que o defeito não existia. Passamos então a segunda opção de exibição, a fita DVCAM. Tive uma surpresa maior ainda quando vi que a conexão da DVCAM com o projetor e o sistema de audio era feita via cabo RCA. Isso mesmo, me lembrei dos anos que comecei criança a copiar VHSs em casa. O pessoal do cinema disse que era assim mesmo e que a imagem ficava boa, como se estivessem falando com um completo ignorante no assunto. O gerente do cinema ficou estressado e andando por todos os lados de cara feia, afirmando que o defeito era do filme.
Nos últimos anos os produtores independentes tem se esforçado muito para melhorar a qualidade de seus produtos e todas as casas de finalização são testemunha disso. Não é justo que o trabalho duro de muitas pessoas seja tratado dessa forma pelos exibidores. Por outro lado, precisamos de um sistema barato que continue levando esses filmes para o publico. Acredito que uma maior relação entre as casas de finalização e as empresas de exibição seriam um bom começo para solucionarmos esse problema. Não adianta o Mega, a Casablanca, a Link, etc, se empenharem ao máximo para oferecer cada vez mais qualidade aos filmes, para vê-los exibidos dessa maneira.
Se o custo para montar um sistema de projeção é o problema, na qualidade que está sendo exibido, um BLURAY seria uma melhor solução do que a que está sendo utilizada. A compressão do arquivo de BLURAY é similar ao WMV que está sendo usado, com a vantagem da saída para o projetor ser HDMI. Mas fica a pergunta, será que o consumidor não espera algo melhor do que ele pode ter em casa no cinema? Ou basta apenas a experiência de estar em uma sala de cinema?
Nesse Festival do Rio de 2011 o problema está ficando claro para todos os envolvidos no processo. O problema é que o festival está colocando a culpa no exibidor, que por sua vez está colocando a culpa nos filmes. Soube de inúmeras histórias de problemas durante o festival, até mesmo trecho de filme em 35mm que sumiu e que foi exibido sem uma parte. Mas o que posso relatar aqui é o caso de um dos filmes que participei no festival. Sou finalizador e vou descrever o ocorrido detalhando a parte técnica, para que não fique qualquer dúvida que o problema não é dos filmes.
Em primeiro lugar, um filme finalizado digitalmente fica com o tamanho de aproximadamente 900GB em DPX444, ou seja sem compressão. O mercado independente não tem orçamento para trabalhar com arquivos desse tamanho e costuma recorrer a uma ótima solução criada pela Apple, o PRORES422. Um longa em PRORES422 (FULL HD) fica em média com 200GB e apresenta uma boa qualidade, visto que as câmeras utilizadas geralmente trabalham com qualidade pouco inferior ao formato. Ou seja, para quem fez o filme em RED 4K, o PRORES é um péssimo formato. Mas, para quem fez em 5D, EX3, etc, é um ótimo formato. O sistema de projeção que está sendo usado no festival transforma ambos esses arquivos em um WMV de 9GB. Não existe mágica para transformar um arquivo de 900GB em 9GB sem perder muita qualidade.
Para poder reproduzir um arquivo de maior qualidade os computadores instalados na técnica de projeção precisariam ter um placa de vídeo com saída em sinal realmente de vídeo, no mínimo em HDMI. O que está acontecendo na sala do cinema da Gávea onde fui verificar a qualidade da projeção é uma vergonha. O arquivo de 9GB é exibido via windows media player através da placa de video interna do computador via porta DVI. O cabo DVI tem um adaptador na ponta para ser transformado em HDMI para entrar no projetor. A perda de informação de cor nessa passagem era nítida. Mas o maior problema era que na técnica víamos o arquivo perfeitamente, enquanto que na tela do cinema uma linha de defeito era gerado no meio da tela de 2 em 2 segundos, aproximadamente. O pessoal do cinema dizia que o defeito era do arquivo, mesmo esse arquivo tendo sido exibido durante a tarde no Armazem 6, outra sala do festival, sem apresentar qualquer problema. E mesmo a gente mostrando no computador deles mesmos que o defeito não existia. Passamos então a segunda opção de exibição, a fita DVCAM. Tive uma surpresa maior ainda quando vi que a conexão da DVCAM com o projetor e o sistema de audio era feita via cabo RCA. Isso mesmo, me lembrei dos anos que comecei criança a copiar VHSs em casa. O pessoal do cinema disse que era assim mesmo e que a imagem ficava boa, como se estivessem falando com um completo ignorante no assunto. O gerente do cinema ficou estressado e andando por todos os lados de cara feia, afirmando que o defeito era do filme.
Nos últimos anos os produtores independentes tem se esforçado muito para melhorar a qualidade de seus produtos e todas as casas de finalização são testemunha disso. Não é justo que o trabalho duro de muitas pessoas seja tratado dessa forma pelos exibidores. Por outro lado, precisamos de um sistema barato que continue levando esses filmes para o publico. Acredito que uma maior relação entre as casas de finalização e as empresas de exibição seriam um bom começo para solucionarmos esse problema. Não adianta o Mega, a Casablanca, a Link, etc, se empenharem ao máximo para oferecer cada vez mais qualidade aos filmes, para vê-los exibidos dessa maneira.
Se o custo para montar um sistema de projeção é o problema, na qualidade que está sendo exibido, um BLURAY seria uma melhor solução do que a que está sendo utilizada. A compressão do arquivo de BLURAY é similar ao WMV que está sendo usado, com a vantagem da saída para o projetor ser HDMI. Mas fica a pergunta, será que o consumidor não espera algo melhor do que ele pode ter em casa no cinema? Ou basta apenas a experiência de estar em uma sala de cinema?
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